quarta-feira, 18 de julho de 2012

Rondônia: Estudante vítima de bullying será indenizado por universidade

Universidade Federal e dois professores foram condenados.

Aluno de medicina era chamado de 'janeleiro' e 'reclassificado'.


A universidade Federal de Rondônia (Unir) foi condenada pela Justiça Federal a pagar indenização a um estudante do curso de medicina. Além da Unir, dois professores também foram condenados por terem praticado bullying contra Rafael Rodrigues Vieira desde 2009. O aluno era chamado de 'janeleiro' e 'reclassificado' por ter entrado no curso após ter pedido reavaliação da redação do vestibular.
O valor da indenização, R$ 30 mil, deve ser paga pelos professores e a instituição.

Rafael Rodrigues Vieira conta que ele e mais quatro candidatos realizaram o vestibular da Unir no fim de 2009 para o curso de medicina, mas que não conseguiram aprovação. Pediram a revisão da prova de redação por uma comissão de professores-doutores da universidade.

O grupo conseguiu a nota necessária para a realização da matrícula no curso. Mesmo aprovados, o estudante conta que a matrícula foi recusada pela reitoria que informou que todas as vagas já teriam sido preenchidas. Por força de uma liminar conseguiram ingressar na universidade.

O estudante de medicina conta que mesmo após o início das aulas os professores fizeram de tudo para que ele desistisse do curso por meio de constrangimentos e agressões verbais e psicológica. Conta que era chamado de “janeleiro”, “mandado de segurança” e de “reclassificado”.  "Eu cheguei a ficar duas semana sem frequentar a sala de aula, porque eu não conseguia, era muita pressão psicológica e acabei me atrasando por um ano, mas graças a Deus deu tudo certo", diz.
Rafael foi incentivado pela mãe a recorrer do resultado para entrar na universidade e depois entrar com processo pelas humilhações sofridas. Mas a mãe de Rafael faleceu no ano passado e não viu a vitória do filho.

Diferenciado
Consta dos autos do processo que houve tratamento diferenciado pelos colegas e professores, troca de e-mails e senhas para que os materiais de conteúdo não fossem acessados pelos estudantes, deliberação da assembleia de docentes para que seu nome não fosse incluído em lista de chamada e suas provas não fossem corrigidas, além da proibição de assistir à aula de bioética, feita pelo próprio professor da disciplina.

Rafael afirma que notificou a universidade sobre o problema por duas vezes, mas que nenhuma providência foi tomada.

“O bullying é um ato consciente, hostil, repetitivo e deliberado que tem um objetivo: ferir os outros e angariar poder através da agressão”, afirma o juiz Alysson Maia Fontenelle, titular da primeira vara da Justiça Federal do Estado de Rondônia.

A reitora da Universidade Federal de Rondônia, Berenice Tourinho, que assumiu o cargo há dois meses, afirma que a situação fere os princípios da relação entre aluno e professor. "É uma situação que deixa a instituição vulnerável, porque somos um núcleo educacional superior e que portanto deve ser responsabilizada", diz a reitora.

Fonte: G1-RO

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