sexta-feira, 29 de março de 2013

Cadê os peixes do Rio Guaporé

Um triste fato registrado nesta quinta-feira/28, em plena semana santa, em Costa Marques demonstra o despovoamento do rio outrora símbolo da fartura de peixes e da generosidade da natureza na produção desta rica e tradicional fonte de proteína enraizada na cultura da região. O fato aqui citado é que no município, antigo exportador de pescado para o resto do estado, nesta sexta feira santa, só estará disponível no comercio local o peixe “importado”,


Seguindo de criadouros nos municípios de Ji Paraná ou Cacoal.undo um antigo morador, tal situação é fruto de um sistema comercial sem observância dos princípios básicos da sustentabilidade e a falta de orientação aos riscos decorrentes desta prática aos pescadores profissionais que atuam na região. Isto associado á triste coincidência do calendário oficial do defeso com os dogmas religiosos da semana santa, onde o consumo do pescado é obrigatório á comunidade de católicos conservadores e praticantes, pois o espécime mais tradicional e consumido, o Tambaqui, ainda está com a captura proibida até o dia primeiro próximo, o que leva aos pescadores não se arriscarem lançar redes na agua, pois não tendo como selecionar a espécie a ser pescada, fatalmente cairia nas redes o tambaqui e isto se constituiria em crime ambiental que acarretaria enormes transtornos a estes profissionais.

Também não podemos descartar que a pesca amadora sem um trabalho efetivo de conscientização constitui em um forte fator negativo predador e segundo a proprietária do mais tradicional restaurante da avenida Beira Rio, os tempos de fartura já andam longe, como nos tempos em que era comum tambaquis de até quarenta quilos, como o da cabeça mumificada que adorna o seu estabelecimento e ilustra esta matéria. Disse ela á reportagem do Jornal Correio do Vale que muitas vezes toneladas de peixes deixavam o porto municipal em caminhões de atravessadores rumo justamente aos municípios de onde hoje se importa a maior parte do pescado aqui consumido.

O
clima de decadência da atividade é latente e visível na imensa fila de embarcações pesqueiras atracadas no porto municipal, com suas caixas que deveriam estar repleta de tucunarés, pacus, pirapitingas, tambaquis e outros, balançam tristes e abandonados ao sabor do vento. Abandono também e o que se vê na antiga e anteriormente concorrida peixaria da colônia de pescadores, localizada de frente para o rio, onde também precariamente se mantem o flutuante que serve de entreposto de pesagem do escasso pescado que chega até ali.

Em conversa com um ribeirinho, o mesmo foi taxativo ao afirmar que para se reverter este quadro se faz necessário medidas urgentes do poder publico, como o fechamento real da pesca por um período prolongado, de no mínimo cinco anos e um amplo trabalho de conscientização da população.
Fonte: Jornal Correio do Vale

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