Duas
semanas após ter prestado depoimento na Assembléia Legislativa de Rondônia e
ter afirmado não ter conhecimento de uma quadrilha de procuradores corruptos
agindo dentro da Procuradoria Geral do Estado – PGE, a procuradora geral Maria
Rejane Sampaio dos Santos agora é apontada formalmente na Assembléia
Legislativa, como a responsável por um prejuízo na ordem de R$ 44 milhões, por
erro grotesco, primário, não admissível para uma operadora do direito do nível
que ela galgou.
A
grave denúncia envolvendo procuradores (Procuradoria Geral do Estado) e
auditores (com atuação na Secretaria Estadual de Finanças) partiu do próprio
governador Confúcio Moura durante conversa com o presidente da Assembléia
Legislativa de Rondônia, deputado Hermínio Coelho. Segundo a denúncia,
procuradores e auditores estariam agindo de modo a causar prejuízo para o
Estado, subtraindo conseqüentemente, algum tipo de vantagem.
Diante
da gravidade dos fatos apontados pelo governador, o deputado Hermínio Coelho
efetivou a denúncia, mas transcorridos duas semanas, a Procuradoria Geral do
Estado mantém-se em silêncio. Durante recente audiência da Comissão Geral da
Assembléia Legislativa e que contou com as presenças de representantes do
Tribunal de Justiça, Ministério Público e do Tribunal de Contas, foi feito um
relato da ação de procuradores que vem provocando enormes prejuízos ao Estado.
Com
base em levantamento feito no próprio Diário Oficial da Justiça, o deputado
Hermínio Coelho disse ter constatado, que somente em um único dia, o Estado
através da PGE perdeu sete processos, em alguns casos por perder prazo e em
outros, por impetrar o recurso de forma errada. Segundo ele, os procuradores
não podem ignorar desconhecimento, por que sabem perfeitamente dos prazos
processuais e de suas conseqüências.
Denúncia envolve chefe
da PGE
Hoje
o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermínio Coelho disse que concretamente deverá haver a necessidade de
uma investigação externa da ação da Procuradoria Geral do Governo de Rondônia,
pois novos ingredientes vão fundamentando ainda mais, a denúncia do governador
Confúcio Moura, quanto à existência de uma quadrilha formada por procuradores e
auditores.
A
reação do deputado foi logo a após ter tomado conhecimento de que a atual chefe
da PGE, na época em que atuava na Procuradoria de Execuções Judiciais, também
cometeu erro grotesco, provocando em conseqüência de sua falha (intencional ou
não), um “rombo” de R$ 44 milhões para o Estado de Rondônia. Esta ocorrência se
refere ao Processo 001.2006.013241-7. No recurso impetrado pela então
procuradora Maria Rejane Sampaio dos Santos, junto ao Superior Tribunal de
Justiça, simplesmente ela se esqueceu de dar juntada correta aos documentos
necessários para ingresso do recurso no STJ.
A
procuradora, de acordo com o presidente da ALE,
provocou prejuízo financeiro e envergonhou a classe dos advogados,
conforme se observa do despacho constante do Processo no Superior Tribunal de
Justiça. Confira: “Agravo de instrumento 1177.491-RO. Decisão – O instrumento
não contém a procuração outorgada ao advogado da parte agravada. Descumprindo o
comando inserto no Parágrafo 1º do art. 544 do Código de Processo Civil, não
conheço o agravo. Publique-se. Brasília, 18 de agosto de 2009. Ministro César
Asfor Rocha – Presidente”.
Conforme
foi repassado por auditores do Estado para a Assembléia Legislativa, “após o
julgamento da ação dos servidores públicos do fisco do Estado de Rondônia pelo
Tribunal de Justiça, a Procuradoria Geral do Estado através da procuradora
Maria Rejane Sampaio, apelou ao STJ, fundamentando que havia ilegalidade na
ação perpetrada. Ao chegar naquela corte
superior, este novo recurso causou constrangimento à instituição, uma vez que
não continha uma peça jurídica necessária para o julgamento, razão pela qual o
ministro Cesar Asfor Rocha não reconheceu o recurso”.
O
deputado Hermínio Coelho disse ser preciso efetivamente uma apuração externa na
PGE e voltou a falar sobre o escandaloso contrato envolvendo o Governo Estadual
e uma empresa de vigilância, que passou de R$ 19 milhões para R$ 57 milhões.
“Nós dizíamos que o contrato já era superfaturado antes. Agora, sem construir
um banheiro ou uma escola, o Governo aumentou o valor do contrato e isso passou
pela Procuradoria. Isso é um assalto ao nosso Estado”, disse o parlamentar.
Diante
de mais esta ocorrência, o presidente da ALE,
disse ser necessária uma investigação externa, pois não é admissível que
o Estado venha sendo penalizado por conta de uma quadrilha de procuradores e
auditores, obviamente que esta certamente não é uma situação generalizada.
Fonte: Assessoria